Malabares
Pequeninas mãos de tenra idade
No vermelho do farol
Naquela esquina da cidade
Tentam o seu lugar ao sol
Fazem da rua um palco
E do asfalto, picadeiro
E assim, em meio aos saltos
Fazem malabares um instante inteiro
Com duas varetas como base
E uma mais elaborada
Escreve no ar uma frase:
“- Me ajuda moçada!”
Não que ser indigente
No meio de tanta gente
Quer ser homem de bem
Não quer ser traficante
Nem com a violência consoante
Ele só quer ser alguém
Aparece o verde e, ironicamente
Encerra-se o espetáculo
Nenhuma moeda, de presente
Deixam os carros apressados
O encanto se faz ausente
E o garoto deixa de ser
Um artista circense
Igual aos que se vê na TV
O então “ex-artista”
Em alguns segundos, talvez
Volte a ser malabarista
Começando tudo outra vez...
Moysés Azevedo S. Júnior
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